Folhas de Papel

Sempre fui um pouco assim. A escrever aqui e ali. Numa ou noutra folha solta. Sem qualquer pretensão de que as lessem. Ou, talvez, sim. Talvez por isso, (mas ainda de forma tímida e com "medo"), estou a permitir-me visitar essas mesmas páginas que fui acumulando em gavetas. E que foram ganhando pó!    
 

O incerto! Parece-me difícil viver, permanentemente, no incerto. Na incerteza. Bem, vamos por partes. Há incertezas e incertezas (Será?). Vamos tentar categorizá-las. Se conseguirmos.

O distanciamento social. Por estes dias, um imperativo ético e moral que temos de respeitar. Para o bem comum, claro. Desde então, e para nos protegermos a todos, tenho estado afastada, fisicamente, das pessoas. Algumas das quais me são essenciais. Tenho uma. Essencial. Que me assegura e aconchega. Mas os meus outros, também, essenciais fazem-me...

Eles

02-03-2020

Separavam-nos alguns metros. Quando cheguei já lá estavam. Apercebi-me deles porque estavam sentados com folhas, canetas e papel. Entrei. Sentei-me. Esqueci-me de os voltar a ver. Até porque estavam algumas pessoas nesse mesmo espaço. Acompanhava-me um café. Uns auscultadores. O Tim Bernardes e o "Buraco da Consolação" que ouvia. E um livro para...

Carta para ti

14-02-2020

O improvável. Uma dança a três tempos. A dois tempos. A mil tempos, como a cantava Jacques Brel. O improvável. Termo-nos encontrado. O improvável. Já pensaram nisso? Como a nossa história nos leva até à nossa outra pele. Sem darmos por isso. Sentirmos que nos gostamos. Que a nossa pele se toca. E o nosso respirar se confunde. O...

Vamos falar de cadeirões. Não, não me enganei. É mesmo sobre cadeirões. Há quem fale de poltronas! Antes da década de 30, sensivelmente, os dois nomes eram usados, de forma similar, para cadeiras de madeira com descanso de braço. Hoje já não. Sim, eu sei. Não será, assim, tão importante pararmos nestes pormenores. Vamos ao que importa, realmente!...

-Precisa de ajuda? Qualquer coisa que precise, já sabe! Estamos com uma promoção até dia 6. Na compra de uma peça, tem 50% de desconto na segunda, dizia-me. - Não preciso, obrigada. Estou só a ver, respondi! O quê? A ver o quê? [...].

Não me virei...Olhei-o sem o olhar. O carapuço que lhe cobria parte da cara não me deixava olhá-lo. Se calhar...era eu quem não o queria olhar. Por vezes, dou por mim, agora que revivo esta noite, a pensar se o carapuço seria mesmo real. Terá sido colocado, por mim, para que o mantivesse longe do meu olhar? Será, aquele carapuço,...

© 2020 Ana Carolina Pereira. Todos os direitos reservados.
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